O Menino e a Garça – Crítica

O Menino e a Garça – Crítica

“O Menino e a Garça” nos lembra o que mais importa: os amigos que fazemos pelo caminho. Texto escrito por Victor Martins, do site AssimFalouVictor

Todos nós já lidamos com perdas, não necessariamente por morte, mas algum tipo de perda, ver alguém querido ir embora, uma amizade perdida e também com o medo de alguém amado morrer.

Mahito, em “O Menino e a Garça” lida com a perda da mãe e após isso, precisa se adaptar com uma vida nova, em uma outra casa e outra cidade, com sua tia, seu pai e as empregadas da mansão, mas também com sua nova amizade, uma Garça.

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O novo filme de Hayao Miyazaki é sobre o tempo, de certa forma e sobre coletividade de outra. Ao encontrar a Garça e ir àquele novo mundo, Mahito percebe que a vida não é apenas perda, mas é, principalmente, passagem de tempo e é com o tempo passando que ele vê como a relação dele com as outras pessoas é que vai ajudar em seu luto. 

Ele precisa pensar e se apoiar no que tem para conseguir entender que vai encontrar coisas boas de novo. Miyazaki, como é característico de seu trabalho, usa a fantasia para isso, não para tornar o filme triste, mas para tornar esperançoso.

Mahito, assim como nós, precisa acreditar em algo, caso contrário a vida é muito dura. A fantasia daquele mundo que ele explora com a Garça e as pessoas que ele conhece são esse algo, o que importa, são os amigos que fazemos pelo caminho. 

Não sei se de maneira consciente, Miyazaki pensou nessa noção de coletivo e em como ele nos salva, mas Makito começa seu processo de salvação e superação do luto graças a isso. 

Todos nós temos pessoas que ficam nas nossas vidas ou ao menos tentam ficar. E é justamente o ato de ficar que nos salva quando algo ruim acontece. 

“O Menino e a Garça” nos lembra disso e que há coisas que valem a pena o sacrifício. Escolhas que sabemos ser ruins para nós mas que ajudarão o outro fazem a diferença. 

O Menino e a Garça” está disponível nos cinemas brasileiros.