Bob Marley: One Love – Crítica

Bob Marley: One Love – Crítica

Bob Marley: One Love, um filme que vai além do artista e compositor, é uma mensagem dele para o público.

Bob Marley: One Love conta a história do mundialmente famoso Bob Marley, um cantor jamaicano que ficou muito conhecido por suas músicas pregando a paz. Porém, em um contexto de muita violência e perseguição política, a neutralidade também passa a ser partidária e pode colocar sua vida e a de seus amigos e família em risco. Como boa parte das biografias que estão vindo para o cinema, ele possui seus momentos de drama e reverências para agradar o público fã, porém ele não se prende nas mesmices e ousa ao mostrar uma faceta mais humana do cantor.

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Com um ritmo gostoso de se assistir, o novo projeto do diretor Reinaldo Marcus Green não se prende em momentos de endeusamento da figura de Bob Marley e o encara como uma pessoa real. Já trabalhando antes em biografias, Marcus Green faz aqui um trabalho parecido com o premiado King Richards: Criando Campeãs, que também possui um personagem principal com inúmeras falhas, Richard Williams, interpretado por Will Smith, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator na premiaçaõ de 2023. Porém, tanto lá quanto aqui, Marcus Green consegue caminhar na linha tênue entre o que faz uma figura não ser representada como ídolo perfeito e nem como um falso ídolo, não condena nem santifica, mas mantém seu personagem no que é o humano: no contraditório.

Em nenhum momento ele passa a condenar a figura de Bob Marley em si, mas sim suas ações, construindo uma figura muito palpável e que sempre passa seus traços de gentileza por meio de pequenos gestos e falas, que também são muito bem sustentados pela atuação de Kingsley Ben-Adir.

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Caindo de vez em quando em umas barrigas aqui ou acolá que podem cansar de vez em quando, em sua maioria ele possui um ritmo muito agradável. Há claramente um planejamento muito bem feito no que se refere sobre onde o filme quer partir, aonde ele quer chegar e que mensagem ele quer passar. Enquanto muitos se perdem em um desses três pontos, o filme consegue começar de um ponto e terminar em outro, sem rodeios e sem tantos conflitos secundários para mover a história aqui e ali. A biografia possui um tema que quer trabalhar usando da vida do cantor e é bem clara nisso.

Sem montagens excessivas com fotos da vida real ou documentos para sempre nos lembrar que de fato as coisas aconteceram, ele segue bem a jornada dramática do cantor e cria um filme que é gostoso de se assistir e que surpreende nessa onda de biografias sem sal feitas de forma mecanizadas.

“Bob Marley: One Love” está disponível nos cinemas brasileiros.